2-O jardim em miniatura
-EU DISSE AQUILO TUDO, MAS COMO EU VOU FAZER ISSO?!
Acordei de manha com um mau humor, graças a dor de cabeça. Levantei e abri a cortina, fiquei um tempo parada olhando o jardim extenso e cheio de flores coloridas. Roseli disse que tínhamos que morar em uma casa decente, mas ela não mora conosco ela Analice moram em outra casa. Com um suspiro fui até o meu guarda-roupa e peguei o meu uniforme, como disse a blusa era branca de manga comprida, cheia de botões e no lado esquerdo do peito com as inicias AR que significavam Academy Rosemary. A saia era preta até os joelhos rodada e com botões laterais. Troquei-me, penteei o cabelo e o prendi num rabo de cavalo com um laço grande vinho, assim que acabei de me arrumar fui até o quarto do meu pai. Cheguei perto da cama dele e segurei sua mão.
-Vou mostrar pra eles papai você vai ver o senhor terá orgulho de mim.
Sorri e beijei-o na testa, sai tentando não fazer o menor barulho possível. Desci as escadas, peguei a minha mala e fui embora para a escola. Chegando lá vi Karen acenando freneticamente para mim com um sorriso radiante, confesso que tive que me segurar para não sorrir.
- Lily! Bom dia, como você está?
-Estou bem Karen, err... Posso te chamar assim?
-Claro! Nós somos amigas não somos? Vamos, tenho que cumprimentar o meu irmão e você também pode “agradecer” a ele por ontem né?
Ela disse “agradecer” dando uma cotovelada leve nos meu braço esquerdo, abaixei a cabeça já sentindo o rubor chegando.
-É não tive essa oportunidade.
Karen soltou um risinho e depois pegou no meu braço e saiu correndo. Enquanto corríamos senti uma onda de tranquilidade percorrendo o meu corpo, assim é que era ter uma amiga? Fiquei tão feliz por ter Karen do meu lado, mesmo que tenha sido por pouco tempo, que não pude evitar sorrir e as lagrimas comaçaram a rolar. Nós paramos sem eu nem perceber e quando olhei para frente vi Karen e Andrew me encararem surpresos. Olhei para eles confusa.
-Lily.
-Sim?
-Porque você está chorando?
Karen começou falando, mas quem completou a frase foi Andrew. Levei a mão ao rosto e com o dedo indicador pude sentir uma gota prestes a cair, fiquei envergonhada e corei. Os dois começaram a rir e eu, que já havia parado de chorar, comecei a soluçar e chorar desesperadamente. Karen olhou para mim enquanto tentava esconder meu rosto, que começava a inchar, em minhas mãos tremulas.
-Pronto Lily, pode chorar. Você vem prendendo isso por um bom tempo não é?
Karen estava de braços abertos pra mim e, num ato que não pude controlar corri para abraça-la. Ela passava a mão na minha cabeça repetida vezes sempre dizendo que eu podia contar com ela, que eu podia chorar o quanto quisesse e varias outras coisas que me confortaram. Por fim levantei a cabeça olhando para Karen e Andrew que me olhavam com um sorriso no rosto, limpei as lagrimas, respirei fundo e olhei para eles e, pela primeira vez na minha vida, sorri para eles e disse:
-Obrigada Andrew, Karen. Acho que já chorei tudo que estava atrasado.
-Agora se certifique de não prende-las mais ta bom?
-Sim.
Com esse ultimo sorriso que dei Andrew virou de costas e eu o encarei confusa, Karen soltou uma risada de puro divertimento e eu fiquei sem entender nada. O resto do dia foi normal, mas aconteceu o que já esperava todos falavam que eu tinha pego a loucura da minha mãe e que eu ia acabar com a família Miracle um dia desses e etc. No fim da aula eu e Karen fomos andando até a classe de Andrew, ele é um ano mais velho que nós, no caminho um grupo de meninos parou a gente.
-Ora o que temos aqui? Dois tesouros raros.
Os garotos que estavam com ele começaram a rir.
-O que você quer de nós?
Eu estava calma por fora, mas por dentro estava tremendo de medo. Ele deu um sorriso irônico e depois olhou para dois garotos que estava ao seu lado, sussurrou algo que não pude entender e depois olhou para frente. Os dois garotos vieram caminhando na nossa direção e depois se viraram e pegaram a Karen pelos dois braços, a impedindo de movimentos.
-Karen!
-Se não quiser que ela se machuque venha conosco.
Fiz que sim com a cabeça e obedeci, eles nos levaram para a parte de trás da escola, onde tinha um imenso jardim com arvores grandes e com algumas flores. Depois de amarraram a Karen, eles formaram um circulo em minha volta.
-E então? O que querem?
Ninguém disse nada, só vieram para cima de mim e começaram a me bater, nas costas, na barriga e na cabeça. Ouvia os gritos de Karen, abafados por um pano amarrado na boca. Enquanto os outros meninos me batiam o outro que falara comigo ficou de braços cruzados olhando, depois de um tempo ele estalou os dedos e se agachou na minha frente segurando o meu queixo perto de seu rosto.
-Que pena, eu até achava você bonita, sua irmã deve mesmo te odiar.
-Roseli?
-Sim, ela pediu que te déssemos uma lição inesquecível.
Depois que ouvi aquilo sorri.
-O que foi? A surra foi tanta que afetou o seu cérebro?
-Não, é que eu posso suportar ser odiada pela minha irmã, mas não sabia se ia aguentar ser odiada por uma pessoa que nem me conhece. Quer dizer, se você me odiasse a ponto de fazer isso é porque eu sou detestável de natureza.
-Hã?
Levantei segurando o ombro, que provavelmente estava deslocado, limpei o sangue que escorria pela minha boca e acabava no queixo e continuei.
-Minha irmã me conhece bem, devo ter feito alguma coisa que ela não gostou e por isso não gosta muito de mim. Mas se uma pessoa que nem me conhece me odiasse quer dizer que eu sou uma pessoa detestável desde que nasci. Eu posso concertar as coisas com a minha irmã, mas e com a pessoa que eu nem conheço?
Ele se levantou e socou a minha barriga, o eu fez com eu o sangue que acabara de limpar saísse de novo.
-Você não está entendendo, ela te odeia mesmo, ela não quer desculpas suas. Se quiser mesmo fazer alguma coisa para que ela pare de te odiar...
Ele se abaixou e sussurrou no meu ouvido.
-É só você morrer.
Depois eu o empurrei para longe de mim e fiquei de cabeça baixa.
-Ficou chocada? Já era de se esperar não é?
-Não vou morrer.
-O que disse?
Levantei a cabeça e olhei nos seus olhos.
-Não vou morrer e deixar o meu pai, prometi isso a minha mãe. Vou viver e mostrar para todos que o País das Maravilhas existe, eu também prometi isso, mas dessa vez foi a mim mesma.
Ele estalou os dedos e todos vieram correndo me bater novamente, mas permaneci imóvel, eu não ia morrer ali eu já não estava mais com medo. Antes que eles encostassem-se a mim vi que Andrew e Karen se colocaram na minha frente e acabaram com todos. Olhei confusa os dois.
-Desculpe, mas não permitirei que encostem na Alice.
-Err... Andrew, eu sou Lilian, minha mãe era Alice.
Ele olhou para mim e sorriu.
-Meio que dá no mesmo, só preferimos esse nome, mas se a nossa dama prefere assim.
Ele virou e beijou a minha mão. De novo! Ele beijou minha mão de novo! Fiquei tão envergonhada que as minhas pernas cederam e eu cai no chão. Ouvi a risada de Karen e eles se voltaram para o grupo de garotos.
-Foi mal, mas vocês podem se afastar?
Todos saíram correndo e gritando, mas o garoto com quem eu tinha conversado puxou uma arma e apontou para Karen. Meu coração bateu rápido e a minha respiração ficou mais pesada, de repente eu estava na frente de Karen com a mão estendida para frente.
-Tente se puder.
Ouvi um “Tsc” e depois ele atirou, olhei e vi a bala bem na minha frente, mas ela tinha parado. Era como se eu tivesse feito uma barreira.
-V-Você é um monstro.
-Vá.
Ele saiu correndo como os outros e depois de tudo eu cai de joelhos com a mão tremendo.
-O que eu fiz?
-Ha! Eu venci, viu Andrew eu disse que era ela!
-Como assim? Ela é a filha do meio dos Miracle, tem os olhos da Alice e cabelos pretos, como ditos na descrição.
-Detalhe.
-Ah desculpe interferir no dialogo, mas o que aconteceu?
-Hmmm, que tal explicarmos isso com mais calma na sua casa? Podemos até tomar chá!
-Karen não seja rude, você está se convidando para a casa dos outros?
-Não são “os outros”! É a casa da minha amiga.
-Tudo bem Andrew, eu ia chamar vocês de qualquer jeito.
Ele suspirou, mas depois sorriu.
-Certo, mas temos que entrar sem que o pai dela perceba.
-Por que o meu pai não pode nos ver?
-Porque ele ficaria preocupado com o seu estado não é?
Olhei para mim mesma e vi o meu corpo cheio de manchas roxas e vermelhas, o ombro que eu apertava estava muito inchado e muito roxo e a minha boca estava suja de sangue. Soltei um suspiro o que fez a minha barriga doer.
-É né, parece que vou faltar por um tempo.
-Ahh mais aquela Roseli não vai ficar impune! Ela vai ver só o que é bom!
-Primeiro temos que cuidar da Lilian.
Após dizer isso, Andrew me pegou no colo e me aninhou perto do seu peito, senti meu rosto esquentar e Karen dar uma risadinha.
-É que bem... Eu posso andar sozinha, não fui machucada na perna e sabe eu sou meio...
-O que?
-Bem...
-O que?
-Sou pesada não sou?
-Como?
-Quero dizer, eu devo ser pesada não é?
-Não.
Resposta direta. Essa doeu. Depois disso fomos para a minha casa e Andrew chamou um medico, depois de tomar banho e me trocar fui direto para o jardim onde Karen e Andrew me esperavam.
-Que belo vestido!
Eu usava um vestido preto de manga comprida e com a gola até o pescoço, na ponta das mangas tinha rendas pretas e atrás na cintura tinha um laço de cetim.
-Certo você é a primeira a dizer isso, normalmente às pessoas falam “Nossa você é jovem demais para usar um vestido assim!”.
-Falando nisso quantos anos você tem?
-14.
-Hmmm é bem mais jovem do que pensávamos.
-Quantos anos vocês achavam que eu tinha?
- 23.
-O que?!
Foi mal demorar tanto, é que eu to buscando melhorar o meu conhecimento (Que era zero) sobre o site e também estava escrevendo a minha nova hist. Mas vocês se perguntam "E a primeira hist, como fica?" eu vou continuar é que eu tive uma ideia e tive que escrever logo se não esqueço. Bem por enquanto é isso ByeBye
P.S: A sing tá menor porque quando eu aumentava ela a imagem ficava ruim e eu não sabia ao certo qua tamanho eu botava por post (Se repararem ta tudo desigual) então decidi deixar assim mesmo, mas da pra ver né?
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